Para entender melhor os significados de alguns ícones importantes na história do feminismo, compilamos neste artigo 7 símbolos que se tornaram marcantes na luta das mulheres. Esses símbolos têm histórias únicas sobre sua origem e o impacto que tiveram.
O Feminismo tem passado por diversas transformações ao longo das décadas, fato que também se refletiu nos símbolos associados a ele. Diversas correntes, incluindo o Transfeminismo, que possui um símbolo que une elementos do masculino e feminino, foram integradas nesse período.
Com origens variadas, como o triângulo negro adaptado após a Segunda Guerra Mundial, e o martelo, que havia sido introduzido nos anos 70 pela Segunda Onda do Feminismo, esses símbolos carregam histórias ricas. Venha conferir todos eles!
1. Rosie ”A Rebitadeira” (We Can Do It!)
Originalmente, esse símbolo foi criado como um anúncio publicitário durante a Segunda Guerra Mundial, não com o intuito de empoderar mulheres diretamente.
Ele buscava encorajar mulheres a assumir trabalhos nas fábricas e indústrias nos Estados Unidos, preenchendo as vagas deixadas pelos homens que foram para a guerra.
Criado em 1943 pelo artista J. Howard Miller a pedido da Westinghouse Electric & Manufacturing Company, tornou-se um ícone daquela época.
Uma consideração importante é que as mulheres, apesar de serem chamadas a ocuparem funções vistas como masculinas, recebiam salários baixos. Com o retorno dos homens após a guerra, eram pressionadas a deixar seus trabalhos.
Foi somente nos anos 80, durante a Segunda Onda Feminista, que o cartaz ganhou um novo significado, sendo reinterpretado para simbolizar a força feminina e a crença de que as mulheres podem realizar qualquer coisa.
Agora um ícone da cultura pop, Rosie “A Rebitadeira” foi celebrada com o estabelecimento do Dia Nacional em sua honra nos Estados Unidos, em 2017.
2. Símbolo da Mulher (Vênus)
Com o propósito inicial de representar o feminino, esse símbolo sofreu modificações ao ser incorporado ao movimento feminista.
Ligado à deusa romana Vênus, que simboliza amor e beleza, também carrega significados de nascimento, fertilidade, amor e desejo sexual.
Devido ao seu papel tradicional e passivo, muitas adaptações foram feitas no símbolo.
3. Símbolo do Poder Feminino
Essa figura deriva de uma modificação do Símbolo da Mulher, combinando-o com um punho erguido.
O punho erguido tem sido usado por muitos movimentos revolucionários e representa solidariedade, apoio, união, força, desafio e resistência. Ele expressa a luta dos oprimidos contra os que detêm o poder.
Seguindo essa linha, o movimento Black Power popularizou o punho erguido, destacando a cultura e resistência negra.
No movimento feminista, esse símbolo é frequentemente visto nas obras de Robin Morgan, como Sisterhood is Powerful, de 1970, e Sisterhood Is Forever, de 2003. Fez sucesso nos protestos feministas dos anos 60.
Ele emergiu nos anos 60 durante os agitadores protestos feministas que redefiniram perspectivas…
Em Atlantic City, durante o Miss América de 1968, ocorreu uma manifestação que ficou famosa como ‘’Queima de Sutiãs” e que inspirou diversos outros protestos posteriormente.
4. Lábris
Originário de Creta, na Grécia, o Lábris é um machado com duas lâminas simétricas, frequentemente associado a divindades femininas.
Ele representa força e resistência, e desde a década de 70 vem sendo utilizado tanto pelo movimento feminista quanto pelo movimento lésbico, simbolizando a autossuficiência das mulheres.
Existe uma teoria que afirma que a deusa grega Ártemis fazia uso desse instrumento, visto que ela está ligada à vida selvagem e à caça, com relatos de rituais que incluem o lesbianismo.
Outras teorias sugerem que essa ferramenta tem ligação com algumas sociedades matriarcais, como as Amazonas, sociedade lendária de guerreiras gregas que não seguiam o modelo patriarcal.
As Amazonas, de fato, eram comparáveis às índias brasileiras Icamiabas. Nessas comunidades, a mulher detém o poder e a liderança, vivendo de forma independente.
5. Triângulo Negro Invertido
Esse símbolo, que hoje se relaciona ao movimento feminista, tem origem nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
O sistema nazista utilizava um esquema geométrico de cores e formatos, principalmente triângulos, para classificar prisioneiros como ladrões comuns, judeus, homossexuais, entre outros grupos.
No caso das mulheres, o triângulo negro invertido identificava lésbicas e ”antissociais”, como prostitutas, feministas, grevistas, alcoólatras, entre outras.
Durante os anos 80, tanto o movimento feminista quanto o LGBTQ adotaram essa representação, que agora significa resistência e presta homenagem às mulheres vítimas da ditadura nazista.
6. Símbolo do Transfeminismo
Esse símbolo representa uma vertente do feminismo focada nas pessoas trans, ou seja, naquelas que não se identificam com o gênero atribuído ao nascimento.
O símbolo combina o Símbolo da Mulher com o Símbolo do Homem, sendo este último uma seta que representa o deus Marte.
No canto superior esquerdo, há uma seta que mescla o desenho masculino com a cruz feminina, representando aqueles que não se enquadram nos gêneros tradicionais.
Às vezes, ele é exibido com um triângulo rosa como fundo. Foi desenvolvido pela escritora e ativista pelos direitos dos transgêneros, Holly Boswell, que acreditava na superação dos gêneros binários pela humanidade.
7. Mulher com o Punho Levantado
A origem desse símbolo, assim como a data em que foi criado, é incerta, mas é usado no Brasil dentro do Anarco Feminismo, que busca eliminar qualquer poder autoritário, principalmente o patriarcal.
O símbolo combina o Símbolo da Mulher, no qual se observa uma mulher com o punho erguido, simbolizando a união de todas as mulheres contra o sistema patriarcal atual.
Diversos outros símbolos também representam essa vertente do feminismo, mas este é um dos mais amplamente reconhecidos.
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