A Semana de 22 foi um marco na história da arte brasileira, promovendo uma revolução que ainda hoje influencia diversas formas de expressão, incluindo a tatuagem moderna. Ao mergulhar na fusão de estilos e conceitos, percebemos como a arte se reinventa constantemente, refletindo emoções e cultura. Descubra mais sobre essa interação dinâmica em Tatuagemarte.
Primeiramente, gostaria de começar este artigo abordando o conceito de arte. A arte está intimamente ligada às emoções e sensações individuais. Ela pode ser manifestada em diversas formas, como pinturas, esculturas, dança, cinema, música e literatura.
Existe uma linha do tempo que serve como guia para entender as Escolas Literárias que atravessamos ao longo da história:

Trovadorismo –Originou-se na Idade Média, no século XI. Foi centrado na literatura e poesia;
Humanismo –Propôs o homem como centro do mundo e valorizou essa ideia. Essa Escola abordava a religiosidade mas com foco na maior criação de Deus: a humanidade;
Classicismo –Provocou uma reflexão na sociedade como um todo, valorizando a cultura greco-romana. A época de Sheakspeare se destaca pela poesia lírica e o teatro;
Quinhentismo –Comprende cartas, crônicas e sermões do ano de 1500, quando portugueses descobriram o Brasil;
Barroco – Uma busca pela recuperação da fé caracterizou muitos artistas dessa Escola Literária. Imagens de esculturas cristãs são frequentes neste período;
Arcadismo – Estabeleceu uma ligação entre homem e natureza, referenciando a antiguidade clássica;
Romantismo – Focalizava os sentimentos românticos, tanto amor quanto dor. Nesse período, a liberdade de criar e se conectar à fantasia aumentou;
Realismo –Criticava o capitalismo e a valorização excessiva do dinheiro, considerando o impacto do ambiente no indivíduo;
Naturalismo – Originou-se na era do Realismo. Vê o homem como parte do ambiente, mas com a natureza se modificando conforme os estímulos recebidos. Retrata a comunidade pobre, contraponto ao Realismo, que focava na rica;
Parnasianismo –Contrapõe-se ao romantismo, apresentando a realidade de maneira mais brutal e desprovida de adornos. O autor observa de modo imparcial, sem emoções;
Simbolismo –Explora conceitos sociais como fé e religião, resgatando valores românticos com ludicidade e musicalidade, busca a essência do ser humano;
Pré-Modernismo – Tem uma tendência à quebra de paradigmas, embora os autores ainda estejam restritos. É um movimento que transita entre o conservadorismo e a renovação;
Modernismo – Caracterizado por sua visível transformação nos eventos, ofereceu liberdade criativa aos artistas. O novo conceito artístico abrangeu música, artes plásticas e literatura, rompendo com os padrões tradicionais para que a arte seja uma expressão livre;
Tendências Contemporâneas (Pós Modernismo) – Após três décadas do fim da Ditadura Militar, o Pós-Modernismo entrou no nosso dia a dia, promovendo críticas sociais e políticas através da arte. Isso é visível em músicas, textos, tanto em livros quanto na internet, e até nas ruas,por meio da arte urbana.
É possível notar o quanto o Modernismo rapidamente transformou nossa percepção sobre a arte.
Em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, o Grupo dos Cinco, integrado por Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Menotti Del Picchia, conduziu um esforço para garantir que a arte no Brasil obtivesse o reconhecimento devido.
Durante muitos séculos, o Brasil permaneceu subjugado pelas artes Europeias, tanto que o design do Teatro Municipal e grande parte da arquitetura do Centro Velho de São Paulo seguiram padrões do continente europeu. Apenas a elite tinha acesso ao Teatro Municipal. Assim, para a população mais humilde, a arte era rara.
Nessa época, o objetivo era que as riquezas culturais brasileiras fossem devidamente reconhecidas. Afinal, até hoje, possuímos um vasto número de artistas nacionais que merecem o mesmo reconhecimento dos artistas internacionais!
Com o passar do tempo, após o fim da Ditadura, a sociedade foi gradualmente liberando suas restrições, e a tatuagem começou a ser aceita, 30 anos após a repressão ter terminado.
Analisando que a arte reflete os sentimentos do criador e do espectador, podemos concluir que a arte é tudo aquilo que amamos? Se afirmativo, um tatuador que estuda, se esforça e cria algo alinhado com seus sonhos e metas, pode, sem dúvida, ser considerado um artista! E, mesmo que o tatuador apenas pense em dinheiro e copie um desenho (temos também uma publicação sobre Direitos Autorais aqui), para o cliente, aquele desenho representa algo extremamente valioso em sua vida. Embora para o tatuador, possa ser apenas uma atividade capitalista naquele momento, para o cliente, aquele desenho carrega grande significado. Assim, também pode ser chamado de arte!
Apresento, aqui, duas obras de artistas da Semana da Arte Moderna para refletirmos sobre o que cada uma delas queria transmitir nessas telas e percebermos que, naquele instante, algum sentimento foi expressado por elas nas imagens.
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Mario de Andrade capturado por Anita Malfatti
“Agora são 10 e meia. Apenas me levantei. Mas a primeira coisa que faço é pensar em ti e no teu desenho. Acabo de tornar a olhá-lo. Queres a minha opinião sobre ele, orgulhosinha?“
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Abaporu, de Tarsila do Amaral
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