A arte da tatuagem vai além da estética, explorando a profunda conexão entre corpo e alma. Neste artigo, mergulhamos na rica história das tatuagens esotéricas, revelando como elas servem como uma ponte entre o visível e o invisível. Descubra mais sobre este universo fascinante em Tatuagem Arte.
Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?
Muitos de vocês já estão acostumados a assistir meus conteúdos sobre música, mas pode ser que não saibam que também escrevo sobre diversos outros assuntos. Sendo parte do Tattoo2Me, era inevitável que eu abordasse algo relativo às tatuagens!


Para aqueles que me conhecem bem, sabem que eu não deixaria de explorar a ligação entre a tatuagem e a espiritualidade esotérica! Vamos lá?


Um pouco sobre a história
A demanda por tatuagens com significados espirituais vem aumentando — especialmente com um foco esotérico. Você sabe o que é uma tatuagem esotérica?
A palavra exoterismo vem do grego e diz respeito ao que está fora, externo, universal, abrangendo ensinamentos religiosos e místicos acessíveis aos não-iniciados. Hoje em dia, está ligada a correntes religiosas dogmáticas, onde os mistérios são incontestáveis e exigem fé.
Muitas religiões estabelecidas refletem este conceito. Quando uma religião não tolera visões distintas do que ensina e exige fé cega em seus líderes, ela é exotérica, acessível a todos universalmente, mas limita seus devotos de fazerem suas próprias interpretações.


Em contraste, o esoterismo é justamente o contrário, relacionado a conhecimentos secretos compartilhados apenas com iniciados nas artes ocultas, que na antiga Grécia eram ligadas diretamente à área da filosofia.
Essa abordagem de desvendar segredos divinos e mistérios permitia que os iniciados tivessem suas próprias interpretações sobre a vida, a mente e o mundo além.
Aqueles que têm noções de filosofia pré-Socrática reconhecem diferenças nas concepções metafísicas de pensadores como Heráclito, Pitágoras, Anaximenes, Anaximandro, entre outros.
Essas diferenças teóricas sobre os elementos que compõem o universo e o comportamento divino divergiam das exotéricas que prevaleciam na população, apoiadas nos poemas de Homero –
onde os deuses possuíam características humanas, tanto em falhas quanto em desejos (como conhecemos atualmente os deuses gregos).


Se voltarmos vários séculos no tempo, veríamos na Europa uma vigorosa perseguição esotérica, tragicamente dizimada pela inquisição. Naquela época, a instituição religiosa proibia que as pessoas interpretassem os ensinamentos místico-religiosos de forma independente.
O conhecimento tinha que ser transmitido exclusivamente pela igreja.
Nesse período, foi tarefa de alquimistas e maçons buscar e resguardar conhecimentos que se tornavam ocultos. Suas investigações cobriam amplas áreas como a física, química, arquitetura, filosofia, arte, além do saber místico das civilizações antigas.
Alguns autores contemporâneos sugerem que os verdadeiros alquimistas talvez não buscassem a transmutação de chumbo em ouro, mas sim transformar um homem de chumbo em um homem de ouro – uma simbologia para superar o obscurantismo medieval.
Talvez a imortalidade buscada por personalidades como Cagliostro, Nicholas Flamel e Paracelso esteja mais relacionada com a imortalidade platônica: criar uma obra que perpetue a memória do ser humano.
Nessa perspectiva, nota-se que a arte teve um papel essencial na preservação desses saberes.


A importância da arte
Pode-se notar de muitas formas a arte evoluindo como uma guardadora do esoterismo: desde pinturas murais nos castelos, passando por quadros religiosos carregados de símbolos pagãos ocultos, até um jogo de cartas ligado aos bordéis da época…
Ocupa especial atenção o fato de que, enquanto as possíveis origens históricas dos arcanos menores do Tarot (semelhantes às cartas de um baralho) são discutidas, a origem dos seus arcanos maiores permanece profundamente incerta.
A função oracular e a origem dessas cartas captaram o interesse de estudiosos do ocultismo daquele período, que identificaram, na arte das cartas (apesar de diversas variações de um baralho para outro), conexões diretas com a Cabala e a astrologia.
Hoje em dia, esse mistério acompanha as obras de arte tatuadas na pele de quem, muitas vezes, não compreende toda a simbologia contida em uma única imagem.
Remete à nobreza que também não conseguia compreender por completo o que um artista expressava em figuras como O Louco ou O Hierofante (O Papa).


A Arte e sua Conexão com a Astrologia
A astrologia é vista ultrapassando o esoterismo ocidental, alcançando desde as paredes de museus até o estudo dos céus à noite, além de servir como uma expressão individual de identidade na pele.
A astrologia, mesmo considerada esotérica, engloba vastos conhecimentos que muitos ainda não conhecem.
Projetos como a astrotattoo surgem entre as várias possibilidades que ela oferece. Este projeto, feito pela tatuadora Natália Carmona, resulta em um desenho detalhado que carrega profundo simbolismo, representando um mapa astral completo segundo a astrologia moderna.
Nas artes, a representação simbólica da astrologia, através das estrelas, expressa uma visão única do mundo, não sendo algo novo.
No passado, o artista Johfra Bosschart (1919 – 1998) já retratava em suas telas impressionantes imagens dos doze signos do zodíaco, entre outras obras do mesmo tema esotérico.


Pensamentos sobre o Tema
Desde sempre fica evidente a ligação entre tatuagem e simbolismo.
A maioria das pessoas deseja tatuar algo que carrega significado pessoal. Estes símbolos pessoais costumam ter um valor sentimental, ligando-nos a eventos importantes em nossa trajetória.
Contudo, tatuagens com simbolismo esotérico podem ser vistas de outra forma: elas nos conectam com as tradições humanas, com antigas crenças e heranças de uma humanidade ancestral, de quem somos os descendentes sem memória direta.


Alguns olham para os símbolos antigos como obras de sociedades sem o conhecimento científico atual. Prefiro ver esses símbolos como a narrativa da história da humanidade.
No futuro distante, a humanidade poderá descobrir logotipos como o da Apple ou da Coca-Cola entre ruínas e percebê-los como símbolos sagrados de uma civilização perdida. Símbolos que à primeira vista parecem vazios…
Mas talvez façam o que fazemos hoje.
Vivemos numa era em que a Lua é idealizada como um arquétipo romântico, algo ensinado por filmes, contudo não conhecemos quem deu essa ideia aos filmes. Não sabemos sobre os amores de Anningan, as paixões de Selene, as obsessões de Naiá, ou a procura de Ísis…
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